No mercado de trabalho o inglês deixou de ser opção. É fundamental. De cada dez entrevistas de emprego, oito são feitas em inglês.
“Está todo mundo estudando inglês, adianta você estudar aramaico? Não adianta! Se teu objetivo for profissional, não!”, diz Renan Sinachi, consultor em gestão.
Entendido o recado, os profissionais estão partindo para uma segunda opção de língua estrangeira. Quem aposta no segmento de vinícolas, açúcar e álcool invista no espanhol, assim como no setor de vendas. Cultura e gastronomia, dedicação para o francês. Indústria, principalmente nas montadoras e para quem mexe com importação, estude mandarim e alemão.
Em uma escola que ensina alemão, em Curitiba, a procura dos estudantes de mecânica é enorme. Dos 10 alunos da turma, oito aprendem a língua para facilitar a entrada em uma montadora de veículos e também nas fábricas que fazem peças para as montadoras.
– básico: aprendeu o suficiente como os cumprimentos em outra língua.
– intermediário: é quando se tem conhecimento de vocabulário de palavras do cotidiano, mas dificuldade em formar frases.
– avançado: pode ser avançado somente na conversação ou somente na língua escrita.
– fluente: aquele que tem a capacidade de dominar a língua escrita e a língua falada.
Não há necessidade de colocar no currículo a escola nem o tempo que passou estudando, isso porque as empresas preferem testar o candidato. Adotam avaliações de línguas durante a seleção de emprego.
SAIBA MAIS
Logo após o Jornal Hoje, Renan Sinachi, consultor em gestão, participou de um bate-papo com os internautas e deu algumas dicas para quem pretende estudar um outro idioma.
Confira abaixo os melhores momentos dessa conversa:
Mandarim
Temos que pensar sempre contemplando a questão da globalização. Sempre teremos algum país com referência mais forte. Tivemos o inglês, que ainda tem uma importância muito forte. Tivemos uma enxurrada de espanhol na época que se formou o Mercosul. A China hoje em dia é uma grande fornecedora. Ela tem um crescimento aproximadamente três vezes o do Brasil. Tem um poder de consumo, mas ainda não consome. Tem um produto que começa a ser bom, inclusive carros, e com preço menor. É um excelente investimento aprender o mandarim, mas é de médio a longo prazo. O tempo de maturação da língua é alto, leva três anos para falar com uma fluidez mínima, de uma forma que o chinês compreenda. Ainda para nós, latinos, recomendamos começar pelo inglês, depois espanhol e aí então partir para o chinês.
Inglês
Algumas instituições internacionais normatizam e certificam as pessoas em seu nível de idioma. Quem tem nível intermerdiário, não recomendo que faça intercâmbio antes de estar em um nível avançado. As pessoas acabam indo para o exterior fazer cursos de férias e voltam apenas com uma inscrição no currículo, não que tenham aferido um maior nível de competência técnica. Adquira um nível avançado no Brasil, mantenha contato em redes sociais da internet com pessoas no exterior, para depois fazer a imersão em outros países. Vivenciar a cultura de outro país é muito valorizado pelas empresas.
Línguas específicas
Algumas áreas possuem o que chamamos de idiomas nativos. Áreas de saúde, pesquisa e biologia, por exemplo, precisam do inglês para acompanhar as pesquisas no exterior. Plantação de uva no Sul exporta para países vizinhos que fazem vinho. Quem quer trabalhar nessa área, é muito interessante o espanhol. Área de robótica precisa do alemão, pois a Alemanha é grande fornecedora de máquinas. Gastronomia precisa de francês.
Cursos
A forma como se aprendeu não faz diferença. Algum tempo atrás, a instituição que dava o certificado era tão importante quanto o nível efetivo. Após os anos 90, a globalização fez com que a gente leia muito, ouça músicas e compre produtos com manuais em outros idiomas. O nível que você tem normalmente é testado em atividades práticas ou realização de uma entrevista em outra língua. Procure uma escola que proporcione uma carga horária que te permita praticar. Não dá para ficar fluente em três meses.
Turismo
Tenho visto algumas pessoas que fazem viagens para a Argentina, por exemplo, ficam umas duas semanas e acham que é suficiente para se autodenominarem com um nível intermediário de espanhol. Viagens de turismo não podem ser registradas como viagens acadêmicas. Estas são voltadas para a instrução, já com um cronograma pedagógico, diferente do turismo. O profissional de RH está capacitado para te avaliar e descobrir seu verdadeiro nível.
Fonte: Jornal Hoje, Edição do dia 05/09/2011
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