Publicado em 03 de dezembro de 2013

Brasil na contramão da língua mundial dos negócios

Brasil na contramão da língua mundial dos negócios

A palavra poliglota pode até assustar alguns, mas a necessidade de ampla comunicação vem se tornando primordial no mercado de trabalho. É fato que para estar bem posicionado nos dias de hoje o profissional precisa dominar pelo menos duas línguas e a ordem obrigatória é: inglês e mais uma, possivelmente, espanhol. Em época de eventos esportivos e com a abertura mundial do mercado financeiro-econômico, os olhos do mundo se voltam para o Brasil e a falta de fluência na língua inglesa representa risco de perda de oportunidades para profissionais e empresas. Já conhecido mundialmente como segunda língua obrigatória, o inglês também passa a ser visto como um fator econômico.

Você sabia que apenas 5% dos brasileiros sabem falar inglês?

Um levantamento feito pelo British Council aponta que atualmente apenas 5% da população brasileira sabe falar inglês. Além desse fato ainda existe aquela porcentagem de brasileiros que gosta de usar um jeitinho todo peculiar na hora de descrever seus “dotes” linguísticos. De acordo com o site Vagas.com, dos 37.389 candidatos a novas vagas, ouvidos em 12 estados, 51% informam ter inglês avançado ou fluente para escrita e leitura. Porém, destes, ficou provado, após teste de proficiência, que somente 36% podem ser considerados avançados ou fluentes.

A deficiência na língua inglesa vem atingindo em cheio as multinacionais e seus funcionários. Kelly Ronchi, diretora executiva da Brava Training, empresa especializada em fornecer soluções corporativas de ensino do inglês e outros idiomas, ressalta que ainda há empresas que não atentaram para a importância de ter funcionários falando bem o inglês. Pesquisas internacionais apontam que o nível de proficiência na língua inglesa do Brasil está entre o “iniciante” e o “básico”. A falta de familiaridade com o inglês de negócios, também conhecido como “Business English” atinge todos os níveis nas empresas. Ainda de acordo com Kelly, os próprios executivos que iniciam cursos de inglês, principalmente aqueles voltados para negócios, percebem claramente a melhora gradativa no desenvolvimento do seu trabalho e de toda a empresa. “Fica claro que a falta de inglês impacta diretamente na produtividade e no aproveitamento dos talentos. A empresa que não fala a língua mundial dos negócios está automaticamente limitando os seus negócios, consequentemente, seu crescimento”.

A Brasco é uma das empresas no Brasil que entende a importância de “dominar” bem a língua inglesa e atualmente oferece cursos de inglês para seus funcionários, ministrados pela Brava Training. Thiago Freitas, gerente de marketing e comercial na empresa, reconhece a importância do inglês para sua ascensão profissional. “Atualmente o inglês é pré-requisito, em empresas globais como a minha já é amplamente usado em apresentações, e-mails, reuniões e contratos, quem não sabe, fica para trás.

Já nota-se que há contratação de colaboradores que não são tão qualificados tecnicamente, mas comunicam-se melhor na língua inglesa. Aqueles que não adquirem fluência em uma segunda língua, preferencialmente o inglês, podem perder a vaga para outro que mesmo sem a capacitação desejada para o cargo, saiba o inglês. As áreas de petróleo e gás, naval e industrial, marketing, TI e finanças são as mais exigentes em relação ao idioma. Embora a procura por cursos de idiomas corporativos tenha crescido 30% em 2012, a falta de inglês ainda é um problema sistêmico, e precisa ser tratada de forma mais estratégica por todos.